
O uso crescente de farinha feita de grilos, gafanhotos e larvas de insetos na culinária encontrou sua primeira grande e forte oposição na Itália, onde o governo proibiu seu uso em pizzas e massas e separou-o nas prateleiras dos supermercados.
Em sinal de medo de que os insetos possam estar associados à culinária italiana, três ministros do governo convocaram uma coletiva de imprensa em Roma para anunciar quatro decretos visando a repressão.
“É fundamental que essas farinhas não sejam confundidas com alimentos feitos na Itália”, disse Francesco Lollobrigida, ministro da Agricultura.
Embalada com vitaminas, proteínas e minerais, a farinha feita de grilos é cada vez mais vista como uma forma ecológica de obter nutrientes, e o mercado deve atingir US$ 3,5 bilhões até 2029. A UE já autorizou alimentos feitos de grilos , gafanhotos e a larva do besouro darkling e, em janeiro, acrescentou larvas de larvas à lista.
Todos os quatro insetos são citados nos decretos italianos, que exigirão que todos os produtos que os contenham sejam rotulados com letras grandes e exibidos separadamente de outros alimentos.
“Quem quiser comer esses produtos pode, mas quem não quiser, e imagino que seja a maioria dos italianos, poderá escolher”, disse Lollobrigida.
Orazio Schillaci, o ministro da saúde, disse que a legislação também proibiria o uso de farinhas de insetos em produtos “típicos” da Itália, como pizza e macarrão.
Em mais uma tentativa de promover a comida italiana, o governo anunciou na quinta-feira (horário local) que proporia a inclusão da culinária italiana na lista de patrimônio mundial da Unesco.