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Ex-presidente brasileiro será investigado por motins

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Jair Bolsonaro enfrenta uma investigação após seus apoiadores invadirem prédios do governo, segundo imprensa local.

O Supremo Tribunal do Brasil aprovou um pedido do Ministério Público na sexta-feira para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro por suspeita de incitar tumultos na capital.

No domingo, os apoiadores de Bolsonaro invadiram e saquearam prédios na capital, Brasília, que abrigam o gabinete presidencial, o parlamento e o Supremo Tribunal Federal. Eles protestavam contra o resultado da polêmica eleição presidencial de outubro, que o político esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva venceu por uma margem estreita de menos de 2%.

Bolsonaro postou um vídeo no Facebook em 10 de janeiro, no qual uma autoridade regional afirmava que “Lula não foi eleito pelo povo brasileiro”. O juiz Alexandre de Moraes disse em nota que, ao postar o vídeo já deletado que questionava a legalidade da votação, “Bolsonaro entregou uma incitação pública à prática de crimes”. Ele acrescentou que, embora o vídeo tenha sido postado dois dias depois dos atentados em Brasília, houve uma “conexão” entre a mensagem do ex-presidente e a violência.

“É importante ressaltar que o ex-presidente Jair Bolsonaro se envolveu repetidamente na mesma conduta pela qual agora está sendo investigado”, escreveu Moraes.

O juiz solicitou que a empresa controladora do Facebook, Meta, preservasse o vídeo em questão para que os investigadores pudessem analisar seu impacto. De Moraes não ordenou que Bolsonaro seja interrogado imediatamente, dizendo que uma audiência sobre o assunto será realizada posteriormente. Atualmente, Bolsonaro está fora do país.

Bolsonaro, ex-capitão do exército, condenou a violência na segunda-feira. “Manifestações pacíficas, dentro da lei, fazem parte da democracia. Mas depredações e invasões de prédios públicos como vimos hoje, como os atos da esquerda em 2013 e 2017, não estão dentro das regras”, tuitou o ex-presidente, referindo-se a manifestações passadas em Brasília.

Lula, que tomou posse em 1º de janeiro, sugeriu que os manifestantes podem ter sido ajudados por autoridades. “Vamos investigar com calma para ver o que realmente aconteceu” , disse ele esta semana.

Os distúrbios em Brasília ocorreram dois dias após o segundo aniversário da invasão do Capitólio dos Estados Unidos pelos partidários do ex-presidente Donald Trump em 6 de janeiro de 2021. Isso levou a mídia a traçar paralelos adicionais entre Trump e Bolsonaro, já que os dois líderes têm frequentemente comparados no passado por seu estilo e retórica.

Fonte: RT

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Paulo Fernando de Barros

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