
Nesse sentido, a atividade do Brasil no BRICS persegue principalmente objetivos pragmáticos e visa se beneficiar tanto quanto possível da colaboração frutífera com os países do BRICS e parceiros ocidentais tradicionais.
O Brasil não pretende transformar o BRICS, que também inclui Rússia, Índia, China e África do Sul, em um bloco de oposição ao Ocidente, disse Boris Zabolotsky, professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especialista da Discussão Valdai Club e um cientista político brasileiro, disse em conversa com a TASS na quarta-feira.
“O Brasil não tem interesse em transformar o BRICS em um bloco anti-hegemônico, ou se preferir, em um bloco antiocidental”, disse ele, explicando que isso se deve principalmente à “considerável dependência do país em relação ao Ocidente”.
“Isso é típico em toda a América do Sul, onde se sente bastante influência dos Estados Unidos”, acrescentou Zabolotsky.
A este respeito, a atividade do Brasil dentro do BRICS persegue principalmente objetivos pragmáticos e visa se beneficiar tanto quanto possível da colaboração frutífera tanto com os países do BRICS quanto com os parceiros ocidentais tradicionais. Como exemplo, Zabolotsky citou o fato de o Brasil ter conseguido o apoio da China e da Rússia para ser indicado a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mantendo um diálogo estreito com os países ocidentais.
Segundo o cientista político, após a posse do socialista Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, o Ocidente “estará aumentando a pressão sobre seu governo, tentando arrastar o país para sua esfera de influência”.
Zabolotsky acredita que o lado para o qual “pendulará o pêndulo da diplomacia brasileira” dependerá, em parte, das propostas de investimento que serão oferecidas a Brasília pelos dois campos – o Ocidente e o chamado Sul Global.
“Por exemplo, a Rússia e a China não o incitam a alterar as políticas fiscais e sociais como condições para seus investimentos”, esclareceu.
Como ressalta Zabolotsky, Lula da Silva sabe bem como as atitudes em relação a essa expansão econômica diferem nos países em desenvolvimento e nos países altamente industrializados, pois não tem confiança suficiente nestes últimos.
Diante disso, acredita o especialista, a participação ativa do Brasil nos BRICS atende aos interesses não só do próprio país, mas também do atual governo socialista do maior país da América do Sul.
Fonte: TASS